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Entrevista: Raul palhares

Perfil

Redator publicitário de 33 anos. Atualmente na MullenLowe Profero / Singapore. Sou Flamengo, mas não tenho uma nêga chamada Teresa. Nascido e criado no Rio, acordei para a vida em São Paulo. Nunca imaginei que pudesse ir tão longe. No sentido literal da palavra. Hoje vivo e trabalho em Cingapura.

De onde vem seu interesse pela redação

O motivo pelo qual decidi ser redator não foi o interesse pela redação, foi o interesse pela publicidade. Sempre curioso com os dizeres, ao que dizer e a quem dizer. Mas estranhamente nunca fui um grande leitor. Procurei outros tipos de entretenimento – de Cinema, video-game, RPG.

O interesse pela publicidade começou cedo. Gostava de assistir à canais de venda, como o Shoptime e sabia de cabeça os infomerciais. “Cuidado! Seu carro riscou?” “Com Contour Pillow, meu marido não ronca mais.”

O grande responsável por me levar para a redação foi o Mohallem.
E, claro, toda a legião de grandes redatores originados por ele.
Me julguem, mas até hoje vibro com uma campanha alltype.

Conte-nos um pouco sobre sua experiência e sua rotina de trabalho

Formei-me em Propaganda e Marketing pela ESPM Rio. Mas por falta de oportunidade nas grandes agências fui levado a trocar o Rio por São Paulo.

Cheguei à capital Paulista para cursar redação publicitária na Miami Ad School. O curso abriu muitas portas e apesar de ter um portfolio de estudante, finalmente ganhei a primeira

oportunidade numa grande agência: a lendária Agência Click. Mesmo com uma ínfima experiência no mercado digital, tive a sorte de trabalhar com grandes profissionais que me confiaram grandes contas, como Fiat e Sadia.

De lá, segui para uma curta temporada na CuboCC, onde tive um supletivo sobre como contar uma história usando todas as mídias. O que hoje a gente chama de storytelling e conteúdo. Quatro meses depois fui convidado para trabalhar na equipe de Ford da JWT. De longe o lugar em que mais me desenvolvi como profissional. Participei de campanhas globais. Rompi a barreira entre o digital e off-line: virei híbrido.

De júnior a sênior numa tacada só. Porque não havia outra opção. Quase quatro anos depois, era o momento de escalar mais um degrau. Escalar. Não apenas subir. Às vésperas da Copa de 2014, decidi integrar a equipe da Africa. Foi como entrar numa guerra. Me arrependi todos os dias por ter entrado nessa. Mas também me surpreendo todos os dias por ter ultrapassado essa barreira.

Com pouco mais de oito anos de experiência, decidi ter uma oportunidade fora. Confesso que a atual situação econômica do país também ajudou , e muito , na decisão. Eis então que surgiu uma grande oportunidade na Leo Burnett Lisboa. Oportunidade esta que durou quase 3 anos e que abriu as portas do mundo.

Hoje, vivo e trabalho no sudeste asiático. Tenho que me adaptar diariamente a uma cultura totalmente diferente da nossa. O que me faz crescer como profissional, mas principalmente, como ser humano.

Que formação você considera fundamental para aqueles que querem se tornar profissional de agências web.

Sinceramente, a formação é só uma parte do processo. É preciso se reinventar para se tornar um profissional completo. O que vai tornar você um profissional diferenciado frente aos demais, certamente não está dentro da sala de aula.

Mas pode estar num vídeo no Youtube ou no Instagram Stories.

O que é preciso para ter símbolos diferenciados e significado para multidões?

Sou suspeito para falar. Mas nada nos faz crescer mais do que vivenciar outra cultura. Conhecimento é fundamental para criar algo útil para as pessoas.

Convido a todos para fazer isso ao menos uma vez. Nada é mais prejudicial para um conceito do que um publicitário que não sai do seu quadrado.

Uma mensagem final

Faça como o Eike Batista: deixe a sua zona de conforto.

Se quiser conhecer um pouco do meu trabalho, visite: www.raulpalhares.com